13 de junho de 2025
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TRAPALHADA DA JUSTIÇA

Erro bizarro: Homem é preso em MS por confundirem suas digitais com as do irmão

Defensoria garantiu liberdade após 26 dias de prisão

Um homem de 41 anos, que permaneceu 26 dias detido injustamente no Estabelecimento Penal de Corumbá, foi solto graças à atuação da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. A prisão indevida, descrita como uma "grande trapalhada" que se estendeu do inquérito policial à denúncia, levou o cidadão a ser confundido com seu irmão mais velho, de 43 anos.

A troca de identidades foi comprovada após a Defensoria Pública solicitar a verificação das impressões digitais dos irmãos. "É verdadeira a alegação, trazida em audiência de custódia, de que o irmão do nosso assistido se valeu do nome deste ao se apresentar na delegacia", explicou Pedro Lenno Rovetta Nogueira, defensor substituto na 3ª Defensoria Pública Criminal de Corumbá e responsável pelo pedido de confronto biométrico.

Desde a audiência de custódia, o assistido alegou desconhecer qualquer mandado de prisão contra ele e afirmou categoricamente não ter cometido nenhum ilícito. Na ocasião, ele inclusive "suspeitava que o irmão dele tivesse sido o autor do furto, em 2022". O irmão mais velho havia sido preso em flagrante pelo furto e posteriormente obteve o direito de responder em liberdade. Mesmo com os argumentos apresentados na audiência de custódia, o homem permaneceu preso.

O processo aponta que a troca de nomes ocorreu já no inquérito policial e que o Ministério Público, sem checar a identificação do acusado, denunciou a pessoa errada. Após o pedido da Defensoria para revogar a prisão preventiva, embasado na confrontação das digitais, a 4ª Vara Criminal de Campo Grande concedeu a liberdade ao assistido e determinou que o Ministério Público se manifestasse sobre a série de erros.

O órgão, então, corrigiu a qualificação do acusado e indicou o denunciado correto para prosseguir com a ação penal. O cidadão injustamente preso poderá, se desejar, entrar com uma ação judicial contra o Estado para pedir indenização.