Um hospital de Campo Grande foi condenado a pagar R$ 15 mil por danos morais a um paciente que teve o diagnóstico de infarto ignorado e ficou sem tratamento por dois dias. A decisão foi proferida pelo juiz Flávio Saad Peron, da 15ª Vara Cível da Capital.
Segundo o processo, o paciente procurou atendimento em 28 de maio de 2021 com fortes dores no peito e dificuldade para respirar. O médico plantonista diagnosticou o quadro como acúmulo de gases e prescreveu apenas simeticona. Liberado, o homem voltou para casa com os sintomas.
Somente dois dias depois, ao procurar a UPA do bairro Coronel Antonino, o infarto agudo do miocárdio foi confirmado. Ele foi transferido à Santa Casa, onde ou por cateterismo e recebeu dois stents.
O hospital alegou que os médicos que atendem em suas instalações não são seus funcionários e que só atua em regime de internação. O juiz, no entanto, aplicou o Código de Defesa do Consumidor e considerou que a instituição é solidariamente responsável pelos serviços prestados em suas dependências.
“Restou provado o defeito no serviço do réu, consistente no equivocado diagnóstico de gases, por culpa do médico que atendeu o autor”, afirmou o magistrado. Apesar de o erro não ter causado sequelas permanentes, o juiz considerou que os dois dias de dor intensa e o risco à vida justificam a indenização.